31/12/15

Fresh start fever


O início de um novo ano dá-nos a todos uma desculpa para fazer planos, sonhar, desejar. Como se precisássemos de uma. Ainda assim, vale a pena aproveitar a oportunidade. 

And it’s a fresh start fever
Who wouldn’t want to be here?
Welcome to the future
Dream a little bigger
(Fresh start fever - You Me At Six)

Sendo eu uma pessoa que planeia mais do que concretiza, que aproveita qualquer possível futuro acontecimento para pensar  "Quando chegar lá, aí é que vai ser", a minha resolução de ano novo é fazer. Hoje. Agora. Sem "mas". 
Just do it.


Para balanço do ano, aqui fica como que um best of 2015. Inspira-te, 2016! 


19 anos.
1º ano de faculdade
Amigos. Jantares. Estudar alemão. "Cozinhar". Noveau Barboise. Cinema. Concertos. Shopping
Saídas (falhadas). Fangirling. Conversas all-night long. Gargalhadas. Parvoíces. 
Universidade, Orfeão. TunaF. LRI. Voluntariado. Noite Internacional. Porto.
Cortejo. Serenata. Cartolas. Trovas. Queima. 
Animação. Festas. Mercado. Sorrisos.Itália. Letónia. Lituânia. Polónia. Shake Mi City, Back to the future. From forming to Performing. 
Tuguices. Limbo. Fake weddings. Nationalistic feuds. Dances. Banana. Light bulbs. Ghost town. Food. Drinks. Evenings. Mother. River. Europe. Badges. Royal Family. Night hiking. Tims Mints. Carpe Diem. 
Fotos à turista. Mapas. Tours. "Excuse me...". Dziękuję. Paldies. Ačiū. Hostels. Supermercado. Postais
Algarve. Família. Praia. Golfinhos.
Lisboa. Mérito. Revista. Surpresas.
The Script, vezes dois. Colton Avery. Jamie Cullum. James Arthur. Black Mamba. Ana Moura. Carminho. Time for T. David Fonseca. Rodrigo Leão. Caixa Ribeira. MEO Marés Vivas.


16/12/15

sick and tired



Of being me: 
the first to doubt I'm capable of something, the one who judges me harder than anyone else, the numb girl who doesn't know who she is. 

Of wishing I could mute those thoughts screaming in my head: 
telling me there's no point in anything I might do or say, that I'm not good enough, that I am not enough.
 
Of feeling:
weak, powerless, useless, worthless.

I'm sick and tired of always being sick and tired of myself.



a semester in a song






Well I've been hanging around in the same old pyjamas for days
Oh taking a shower would be just like a slap on the face
Still I wanna live my life to the fullest, man

Raising my hopes and then crash them right down

'Cause you will conquer this world, babe
You will conquer this world
While I just sit down home wondering why I didn't go

Because I'm just like a vegetable in a compost
Well I've given up in being a glorious tree
Still I wanna grow into some kind of oxygen releasing plant

Why did you let me think
That I've been here doing nothing?
Doing some kind of explanation
I'm ready for it

'Cause you will conquer this world, babe
You will conquer this world
While I just sit down home being a hero in my living room

It's been dark for days
It's been dark for days
It's been dark for days
I'm gonna catch some sunlight
Spread it all over the place

20/10/15

Pointless nostalgic


A rapariga que colecciona recordações de tudo e compra um postal em cada país que visita, e tem uma caixa de sapatos cheia dessas coisas e que remexe nelas para matar saudades... sou eu.

A rapariga que pede que lhe assinem a t-shirt ou que lhe escrevam uma dedicatória e a lê anos depois... sou eu. 

A rapariga  vê que estão a fazer uma serenata a alguém quando vai à janela e pensa "isto é tão lindo" e se põe a imaginar como seriam as serenatas de antigamente... sou eu.

A rapariga que tem saudades de tudo e que chora nas despedidas... sou eu.

A rapariga que ouve uma música que associa a algo especial ou vê fotos e fica toda melancólica... sou eu,

A pointless nostalgic: that's me!



P.S. E parece que o Jamie Cullum também. Listen here

15/10/15

alma minha


Se me conhecem, sabem que sou a mana grande.
E isso influência tudo o que sou, o que penso, o que digo, e como o faço. Os meus irmãos são parte de mim, e agora parando para pensar em quem seria sem eles, não sei honestamente dizer.

Tenho o orgulho de ter quatro amores pequeninos. Ao pé de mim, tenho o João, que embora sendo eu a 'crescida' tem sido o meu companheiro desde que entrou na minha vida e a Maria Clara, o kinder mais doce do mundo com uma surpresa nova lá dentro a cada instante. E algures, onde quer que eles estejam, porque me recuso a aceitar que nunca os vá poder abraçar, estão os meus anjos Gonçalo e Tomás. Não tirei uma fotografia com eles na primeira vez que os vi. Não os pude ajudar a crescer. Não os pude levar ao primeiro dia escola, nem pintar-lhes um super-herói no rosto na sua festa de aniversário. Não pude sequer dizer-lhes 'olá' antes de ter de lhes dizer 'adeus'. Mas amo-os de todo o coração e farão sempre parte de mim.

Ainda não consigo escrever um texto destes sem me tremerem as mãos, sem o coração apertado e a respiração ofegante. Tenho o teclado molhado. Mas as lágrimas que me caem são culpa desta saudade que não desvanece. Não são de raiva e revolta como em tempos. Vou aprendendo a aceitar que há perguntas que continuarão sem resposta.  Já não pergunto "Porquê a mim?". Nunca abdicaria de ser a irmã deles, mesmo que por vezes doa.

Cada vez que me perguntam se tenho irmãos, hesito em responder. Aprendi que a resposta "sim, um irmão e uma irmã", é a que grande parte das pessoas quer ouvir e a mais fácil de dar, porque dói menos do que lidar com a indiferença de quem não pode - ou pior, não quer - compreender que mesmo não lhes podendo mostrar o vídeo dos primeiros passos de todos eles, serei sempre a irmã do João e da Clara... e do Gonçalo e do Tomás.


04/06/15

amores de estudante




O meu primeiro ano de faculdade está a acabar, e, fazendo um balanço, preenchi-o dos meus amores de estudante. Quais são?

São os desafios. 

São as tradições herdadas. Ir no cortejo a cantar e dançar. Descer os clérigos a correr trajada, com os sapatos a ameaçarem uma queda e ficar com um sorriso quase patético no fim. Passar horas à chuva com a capa a servir de abrigo na serenata. 

São as pessoas. Um jantar de amigos antes de ir à queima ver o "grande" Quim. Aquela amiga que veio de propósito para estar contigo e a que te apresenta a todos os amigos e garante que nunca te sentes a mais. A que ouve como foram os teus dias. As que te abrem a porta de casa. Os colegas de ressabianço. Os kinder-surpresa. As horas a fio de conversas inesperadas. 

É a música, a que já fazia parte de mim, e a que vou fazendo. 

É a faculdade. Os azulejos infindáveis, as escadas em caracol, os corredores suspensos e as colunas que não suportam nada. As tomadas, os gravadores VHS e os projetores de acetatos arcaicos. A dificuldade dos professores em ligar as colunas. As sessões de cinema com pipocas grátis. As conferências livres. As filas da reprografia. Erasmus everywhere. O burburinho do bar. A jornada até aos sofás da biblioteca. As sandes da Dona Odete. 

É o "meu" Porto. Poder sair de casa e ir passear no funicular para ver se assusta. Apanhar o elétrico pela primeira vez e ir ver o Douro à Ribeira. Ir comer um scone à Rua das Flores. Percorrer os Aliados. Ir a concertos grátis e ouvir música na rua. Conhecer as gentes da Rua da Madeira. Admirar S.Bento.

E não ter aulas às quintas e poder ir para casa mais cedo. Ficar feliz por ver a placa da A4. Os abracinhos e beijinhos dos manos. Os mimos, e claro, a comida da mãe. 

10/05/15

Sou uma autora publicada!

Bem, mais ou menos. Fui desafiada a escrever sobre o que vi e senti depois de deambulear pela zona circundante da Estação de S.Bento, no workshop de escrita criativa "Memórias de Madeira". O texto que produzi, foi publicado numa revista com o mesmo nome.
 Aqui fica, em jeito de arquivo.

18/03/15

No mundo dos crescidos...

Onde estão as minhas Polly Pocket e o meu sempre fiel confidente Diário secreto da Barbie? Foram trocados pela carta de condução, currículos, reuniões e entrevistas de emprego… uma série de realidades que outrora me pareciam tão distantes e que a pouco e pouco se vêm tornando banais. Lentamente, vou começando a desbravar caminho por entre elas e a sentir-me demasiado “crescida”.
Embora que não certamente pronta para enfrentar o trânsito do Porto (e talvez nem mesmo o de Mirandela), tenho um documento na minha carteira que comprova que sou capaz de conduzir durante um exame inteiro sem atropelar ninguém. E a carta não é o único documento de gente grande que tenho… Já tenho um CV, que eu própria construí, ou seja, diferenciado - disseram-me que Europass era muito curriqueiro - com tem foto de fotógrafo e tudo!
Foi armada deste meu novo amigo que fui, na semana passada, á minha primeira entrevista de emprego. Após a fase de pré-seleção, recebi uma chamada para ir a uma entrevista presencial, ou live casting, se preferirem um nome pomposo. Não só me sentei num sofá forrado com um padrão de vaca enquanto tentava mostrar o meu valor durante aquilo que mais pareceu uma conversa informal, mas, preparem-se, passei grande parte da entrevista com um delicioso gelado Chocolate Fudge Brownie na mão. Puseram-me à vontade para ir comendo e ainda me ofereceram mais gelado quando aquele acabasse, mas para evitar desgraças lá resisti à tentação e limitei-me a debicá-lo o mais elegantemente possível. O emprego em mira? Embaixadora da marca Ben&Jerry’s aka ser paga para promover (e inevitavelmente comer) gelados em eventos e ações como fesitivais de música aka o derradeiro emprego de sonho.
Prometeram-me novidades para hoje. Apenas 5 de 300 candidatos serão selecionados. Eu tenho-me proibido a mim mesma de criar expetativas, mas há sempre aquele pequeno bichinho que nos alimenta uma esperançazinha… De qualquer forma, já me dou por feliz com a minha épica primeira entrevista e aquele gelado-de-chorar-por-mais.


17/03/15

Universidade VS Secundário


Queridos colegas esperançosos do secundário,
Se acharem que quando chegarem à universidade vão perder o direito às exasperantes filas na secretaria, reprografia ou gabinetes de apoio, nada temam, elas continuam lá! O bar vai estar igualmente cheio quanto procurares uma mesa, comida da cantina vai ser igualmente o teu último recurso, e sim, os chocolates nas máquinas de venda também mantêm os seus preços absurdos.
Continua a haver trabalhos de casa chatos, o drama dos trabalhos de grupo, fichinhas e exercicíos que no espaço de uma aula triplicam a complexidade e exames. Esses malditos exames.
No que toca a professores também há de tudo o que se encontra no secundário, um vasto leque de personagens.
Os professores que se estão bem marimbando e que vão ignorar e-mails porque isto não é “e-learning” e os que fazem apenas o que lhes compete, impecavelmente, relembrando as antigas cassetes para aprender línguas – tudo o que dizem já está programado, independentemente de quem esteja do outro lado.
Depois há os que têm tal paixão pela sua área que transformam uma aula “prática” num monólogo de duas horas e os que não hesitam em partilhar “aquele episódio caricato” a que ninguém acha assim tanta piada, um após outro, após outro…
Há também os mais descontraídos, que nos entretêm e fazem as aulas voar, e claro, os que toda a gente reconhece, mesmo que não goste deles, que temos sorte em ter.
Sendo pessoas com elevada formação e experiência profissional, seria de esperar que tivéssemos de dizer adeus aos deliciosos vinte minutos de aula em que toda a gente põe a conversa em dia enquanto o professor tenta desesperadamente por o projetor/cabo/colunas/pen/acetatos/internet a funcionar. Mas descansem meus amigos, esses preciosos momentos serão para sempre parte do vosso percurso académico.
Quanto aos alunos… bem, fica um conselho para quem espera encontrar na universidade apenas pessoas determinadas, maduras e open minded com orgulho no seu curso: não o façam. É verdade, essas pessoas existem, mas entre elas há-de haver sempre uma Mrs. Know-it-all, aquele colega irritante que não para de fazer perguntas e os bad boys que atiram bolas de papel com ou sem cuspe uns aos outros. Não faltarão os personagens que não sabiam que era teste e que nunca sabem a sala e as amigas inseparáveis que passam a aula a tirar selfies e a fazer planos para as férias. Encontrarão ainda os raros espécimes que realmente leem os livros “obrigatórios” e tiram apontamentos e, claro, os incontornáveis indivíduos que se dedicam à nobre arte da bajulação dos docentes.
Mas calma, descansem que isto não é assim tão parecido. É que na universidade o aborrecimento não leva à criação de “quantos queres”, bilhetinhos ou caixas para as aparas do lápis… não, aqui faz-se origami!


06/03/15

Simplesmente porque gosto

"Gosto de ti" é talvez o meu conjunto de palavras preferido.
Gosto de o ouvir, de o dizer, de o ler, de o escrever e sobretudo de o sentir. 

Gosto quando me mostram que gostam de mim, seja de que forma for. Um sorriso, um bom-dia, um lugar guardado na sala de aula, um desafio, uma conversa sobre tudo e nada, um telefonema para por a conversa em dia, uma mensagem a perguntar se estou bem quando falto à aula, uma aventura aleatória, uma dedicatória, uma surpresa, um" Como estás?", um "tive saudades"...

Há quem lhes chame paneleirices, lamechices, e outros similares.
Eu chamo-lhe as pequenas coisas boas da vida.

05/03/15

getting s**t done!

Há cerca de uma semana atrás sentia-me absolutamente ridícula por sentir que estava a desperdiçar um sem fim de oportunidades e tempo.
Entretanto, desafiei-me a mim mesma a sair da "caixinha" e fui a Coimbra, ao ENEL - supostamente um encontro nacional de estudantes de letras, mas onde a única que não era de Coimbra fui eu - ah pois é! Do evento de três dias fizeram parte uma série de conferências com nomes como Ruy de Carvalho, David Fonseca e Marcelo Rebelo de Sousa e ainda um estudante/escritor de Coimbra, Pedro Rodrigues. Não que interesse muito saber quem lá estava... o curioso é ver que sendo estes oradores de áreas tão dispares, não houve nenhum deles que não referisse a importância de ter "lata"; do quanto ganhamos em simplesmente fazer, bem ou mal, algo; de nos fazermos notar, darmos forma e voz às nossas ideias e convicções; de não ter medo de arriscar e de mostrar aos outros quem somos. Fazer pouco, muito, algo coerente ou simplesmente uma qualquer parvoíce, vale sempre a pena!
"Quando perdes tudo o que há a perder, o que te faz continuar?"/ "Amem o que fazem!" / "Coloquem-se no mapa!" / "A cultura é a arca do tesouro dos povos" / "Vivam!"
 É inspirador ouvir este tipo de coisas e ver que realmente compensa expor a nossa essência. Seremos mal interpretados, criticados, julgados? Provavelmente. E daí? Por falta de uma expressão em português, eis o que eu considero um dos melhores conselhos... GET OUT THERE AND GET SOME S**T DONE!

24/02/15

feeling pathetic

Hoje prometi a mim própria escrever alguma coisa. As ideias fugiram-me e não faço ideia sobre o que escrever, mas para variar, não vou deixar que isso me desmotive. Parece ser um tópico recorrente meu: falar sobre a frustração que sinto por não fazer aquilo que proponho a mim mesma. Se algo não é absolutamente inadiável… bem, então adio-o. Nem sempre. Há dias em que me sinto capaz de conquistar o mundo e levo tudo à minha frente. E no entanto passo a maior parte do tempo parada à espera que as coisas aconteçam, que um outro alguém as faça acontecer. Que paradoxo estranho este… Que incoerência a minha!
É que aquela conferência até me desperta atenção mas se ninguém mais vai é porque não deve ser assim tão interessante, e depois tenho de estar lá sozinha, e de qualquer maneira fazer aquele caminho todo é cansativo, e até pode chover e se me constipo agora nunca mais curo… não, não vale a pena. Mas fazer parte da AE deve ser giro, e é bom para o currículo, e até é à porta de minha casa, mas depois há reuniões e essas coisas, e também não conheço lá ninguém e como faço para participar sem saber o que se pode fazer? Não tem lógica nenhuma realmente.
E eu até gosto muito de escrever mas hoje não me apetece ir ao computador, e escrever à mão não dá jeito, fico ali com a folha solta, e também ninguém lê o que escrevo, para quê ir ao blog? Mais vale ler um livro. Mas nenhum daqueles que tenho ali me interessa, e está a ficar escuro, luz artificial faz doer a cabeça, e os e-books também, papel é muito melhor… um destes dias vou à biblioteca buscar um livro… mas também não há lá nada de interessante.
Vou para o Orfeão, praticar guitarra, mas como, se ainda não sei nada e às tantas nem está lá ninguém e vou só fazer o caminho para apanhar frio e depois fica de noite e andar sozinha na rua pode ser perigoso. Devia era ir aos saldos, mas já deve estar tudo escolhido e não quero dar mais despesa e também as promoções não são nada de extraordinário. Queria mesmo era ir passear para o centro, tirar proveito de estar numa cidade como o Porto mas fica mesmo longe, e andar lá a passear sozinha é mesmo triste com aqueles casalinhos todos felizes e tantos turistas entusiasmados, já fui uma vez e foi tal e qual, para vir de lá deprimida mais vale não ir.
Preciso é de um emprego, se calhar devia tentar ser alguma espécie de guia turística, gosto tanto de fazer isso, mas como, e com quem, se calhar nem se ganha nada e não tenho assim tanto tempo livre e sei lá se não me canso logo daquilo, e estar a comprometer-me com mais coisas é irresponsável. Responsável era olhar pela minha saúde e ir fazer desporto naquele programa da universidade, nem fica caro, mas é no outro polo e este mês nem comprei passe, e deixei as coisas todas em Mirandela, e ir à piscina com esta cicatriz e as coxas cheias de celulite é embaraçoso.
Vou mas é aproveitar as consultas grátis na reitoria para ir ao psicólogo e ver se aprendo a lidar com a minha fobia de cães, isto se ainda se puder fazer alguma coisa, os psicólogos não fazem milagres e eu tenho medo a tanta coisa, isto já é defeito de fabrico, vou só estar a desperdiçar recursos e tempo a alguém.
Formação, actividades extracurriculares, hobbys, passeios, emprego, desporto, saúde… tantos projectos e ideias e tão pouca concretização. Sinto-me rídicula. Escrever tudo faz-me perceber o quanto. Antes dizia que era por estar em Mirandela, que lá não acontecia nada e que no Porto é que a minha vida ia começar. Mas até agora da minha lista gigante de coisas que queria fazer, só realizei a parte de fazer voluntariado, entrar numa tuna e dar uns passeios. E eu que quero fazer tanto, que estou constantemente a aperceber-me das oportunidades que estou a perder.
O que será que me leva a agir assim?! Gostava de ter uma resposta. Mas a única conclusão a que chego é que me é muito mais fácil realizar projectos e ambições, atingir as minhas metas “autocriadas”, quando tenho alguém ao meu lado nesse percurso.
Quando tenho companhia torna-se mais fácil, porque além de eliminar automaticamente uma boa parte das minhas desculpas patéticas, regra geral a própria pessoa que está comigo obriga-me a eliminar as restantes. Mas dado o facto de não conhecer assim tanta gente, e de essas pessoas terem os seus próprios compromissos e objectivos, acabo por ficar muitas vezes sozinha e parada, a deixar as coisas para uma próxima oportunidade.

Que se passa comigo? Eu até já alcancei algumas coisas, tuna e voluntariado já é muito, se calhar sou só demasiado ambiciosa, demasiado criativa. Mas não, não deve ser isso, há quem faça muito mais que eu e ainda lhe sobra tempo. E a mim o que não falta neste momento é tempo “em branco”. Então, se tenho tempo, ideias, e o que faço ainda me deixa insatisfeita, porque não saio do lugar e arregaço as mangas? As desculpas já as dei todas, mas nenhuma é de todo válida o suficiente para justificar a minha frustração. Nem mesmo a de “estar/ser/fazer/ir sozinha”. No entanto, de alguma forma, teimo sempre em achar que não sou suficiente. Às tantas não passo de uma pessoa triste ridícula e patética, sem auto-estima ou confiança, demasiado ambiciosa e demasiadamente dependente. Mas isso não significa que sou humana? Talvez o caminho passe por parar de me recriminar constantemente, e em vez de estar aqui a analisar tudo, investir esse tempo numa das mil e uma coisas que gostava de fazer. Mas como é que isso se faz mesmo? Pois.