17/03/15

Universidade VS Secundário


Queridos colegas esperançosos do secundário,
Se acharem que quando chegarem à universidade vão perder o direito às exasperantes filas na secretaria, reprografia ou gabinetes de apoio, nada temam, elas continuam lá! O bar vai estar igualmente cheio quanto procurares uma mesa, comida da cantina vai ser igualmente o teu último recurso, e sim, os chocolates nas máquinas de venda também mantêm os seus preços absurdos.
Continua a haver trabalhos de casa chatos, o drama dos trabalhos de grupo, fichinhas e exercicíos que no espaço de uma aula triplicam a complexidade e exames. Esses malditos exames.
No que toca a professores também há de tudo o que se encontra no secundário, um vasto leque de personagens.
Os professores que se estão bem marimbando e que vão ignorar e-mails porque isto não é “e-learning” e os que fazem apenas o que lhes compete, impecavelmente, relembrando as antigas cassetes para aprender línguas – tudo o que dizem já está programado, independentemente de quem esteja do outro lado.
Depois há os que têm tal paixão pela sua área que transformam uma aula “prática” num monólogo de duas horas e os que não hesitam em partilhar “aquele episódio caricato” a que ninguém acha assim tanta piada, um após outro, após outro…
Há também os mais descontraídos, que nos entretêm e fazem as aulas voar, e claro, os que toda a gente reconhece, mesmo que não goste deles, que temos sorte em ter.
Sendo pessoas com elevada formação e experiência profissional, seria de esperar que tivéssemos de dizer adeus aos deliciosos vinte minutos de aula em que toda a gente põe a conversa em dia enquanto o professor tenta desesperadamente por o projetor/cabo/colunas/pen/acetatos/internet a funcionar. Mas descansem meus amigos, esses preciosos momentos serão para sempre parte do vosso percurso académico.
Quanto aos alunos… bem, fica um conselho para quem espera encontrar na universidade apenas pessoas determinadas, maduras e open minded com orgulho no seu curso: não o façam. É verdade, essas pessoas existem, mas entre elas há-de haver sempre uma Mrs. Know-it-all, aquele colega irritante que não para de fazer perguntas e os bad boys que atiram bolas de papel com ou sem cuspe uns aos outros. Não faltarão os personagens que não sabiam que era teste e que nunca sabem a sala e as amigas inseparáveis que passam a aula a tirar selfies e a fazer planos para as férias. Encontrarão ainda os raros espécimes que realmente leem os livros “obrigatórios” e tiram apontamentos e, claro, os incontornáveis indivíduos que se dedicam à nobre arte da bajulação dos docentes.
Mas calma, descansem que isto não é assim tão parecido. É que na universidade o aborrecimento não leva à criação de “quantos queres”, bilhetinhos ou caixas para as aparas do lápis… não, aqui faz-se origami!


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