18/03/15

No mundo dos crescidos...

Onde estão as minhas Polly Pocket e o meu sempre fiel confidente Diário secreto da Barbie? Foram trocados pela carta de condução, currículos, reuniões e entrevistas de emprego… uma série de realidades que outrora me pareciam tão distantes e que a pouco e pouco se vêm tornando banais. Lentamente, vou começando a desbravar caminho por entre elas e a sentir-me demasiado “crescida”.
Embora que não certamente pronta para enfrentar o trânsito do Porto (e talvez nem mesmo o de Mirandela), tenho um documento na minha carteira que comprova que sou capaz de conduzir durante um exame inteiro sem atropelar ninguém. E a carta não é o único documento de gente grande que tenho… Já tenho um CV, que eu própria construí, ou seja, diferenciado - disseram-me que Europass era muito curriqueiro - com tem foto de fotógrafo e tudo!
Foi armada deste meu novo amigo que fui, na semana passada, á minha primeira entrevista de emprego. Após a fase de pré-seleção, recebi uma chamada para ir a uma entrevista presencial, ou live casting, se preferirem um nome pomposo. Não só me sentei num sofá forrado com um padrão de vaca enquanto tentava mostrar o meu valor durante aquilo que mais pareceu uma conversa informal, mas, preparem-se, passei grande parte da entrevista com um delicioso gelado Chocolate Fudge Brownie na mão. Puseram-me à vontade para ir comendo e ainda me ofereceram mais gelado quando aquele acabasse, mas para evitar desgraças lá resisti à tentação e limitei-me a debicá-lo o mais elegantemente possível. O emprego em mira? Embaixadora da marca Ben&Jerry’s aka ser paga para promover (e inevitavelmente comer) gelados em eventos e ações como fesitivais de música aka o derradeiro emprego de sonho.
Prometeram-me novidades para hoje. Apenas 5 de 300 candidatos serão selecionados. Eu tenho-me proibido a mim mesma de criar expetativas, mas há sempre aquele pequeno bichinho que nos alimenta uma esperançazinha… De qualquer forma, já me dou por feliz com a minha épica primeira entrevista e aquele gelado-de-chorar-por-mais.


17/03/15

Universidade VS Secundário


Queridos colegas esperançosos do secundário,
Se acharem que quando chegarem à universidade vão perder o direito às exasperantes filas na secretaria, reprografia ou gabinetes de apoio, nada temam, elas continuam lá! O bar vai estar igualmente cheio quanto procurares uma mesa, comida da cantina vai ser igualmente o teu último recurso, e sim, os chocolates nas máquinas de venda também mantêm os seus preços absurdos.
Continua a haver trabalhos de casa chatos, o drama dos trabalhos de grupo, fichinhas e exercicíos que no espaço de uma aula triplicam a complexidade e exames. Esses malditos exames.
No que toca a professores também há de tudo o que se encontra no secundário, um vasto leque de personagens.
Os professores que se estão bem marimbando e que vão ignorar e-mails porque isto não é “e-learning” e os que fazem apenas o que lhes compete, impecavelmente, relembrando as antigas cassetes para aprender línguas – tudo o que dizem já está programado, independentemente de quem esteja do outro lado.
Depois há os que têm tal paixão pela sua área que transformam uma aula “prática” num monólogo de duas horas e os que não hesitam em partilhar “aquele episódio caricato” a que ninguém acha assim tanta piada, um após outro, após outro…
Há também os mais descontraídos, que nos entretêm e fazem as aulas voar, e claro, os que toda a gente reconhece, mesmo que não goste deles, que temos sorte em ter.
Sendo pessoas com elevada formação e experiência profissional, seria de esperar que tivéssemos de dizer adeus aos deliciosos vinte minutos de aula em que toda a gente põe a conversa em dia enquanto o professor tenta desesperadamente por o projetor/cabo/colunas/pen/acetatos/internet a funcionar. Mas descansem meus amigos, esses preciosos momentos serão para sempre parte do vosso percurso académico.
Quanto aos alunos… bem, fica um conselho para quem espera encontrar na universidade apenas pessoas determinadas, maduras e open minded com orgulho no seu curso: não o façam. É verdade, essas pessoas existem, mas entre elas há-de haver sempre uma Mrs. Know-it-all, aquele colega irritante que não para de fazer perguntas e os bad boys que atiram bolas de papel com ou sem cuspe uns aos outros. Não faltarão os personagens que não sabiam que era teste e que nunca sabem a sala e as amigas inseparáveis que passam a aula a tirar selfies e a fazer planos para as férias. Encontrarão ainda os raros espécimes que realmente leem os livros “obrigatórios” e tiram apontamentos e, claro, os incontornáveis indivíduos que se dedicam à nobre arte da bajulação dos docentes.
Mas calma, descansem que isto não é assim tão parecido. É que na universidade o aborrecimento não leva à criação de “quantos queres”, bilhetinhos ou caixas para as aparas do lápis… não, aqui faz-se origami!


06/03/15

Simplesmente porque gosto

"Gosto de ti" é talvez o meu conjunto de palavras preferido.
Gosto de o ouvir, de o dizer, de o ler, de o escrever e sobretudo de o sentir. 

Gosto quando me mostram que gostam de mim, seja de que forma for. Um sorriso, um bom-dia, um lugar guardado na sala de aula, um desafio, uma conversa sobre tudo e nada, um telefonema para por a conversa em dia, uma mensagem a perguntar se estou bem quando falto à aula, uma aventura aleatória, uma dedicatória, uma surpresa, um" Como estás?", um "tive saudades"...

Há quem lhes chame paneleirices, lamechices, e outros similares.
Eu chamo-lhe as pequenas coisas boas da vida.

05/03/15

getting s**t done!

Há cerca de uma semana atrás sentia-me absolutamente ridícula por sentir que estava a desperdiçar um sem fim de oportunidades e tempo.
Entretanto, desafiei-me a mim mesma a sair da "caixinha" e fui a Coimbra, ao ENEL - supostamente um encontro nacional de estudantes de letras, mas onde a única que não era de Coimbra fui eu - ah pois é! Do evento de três dias fizeram parte uma série de conferências com nomes como Ruy de Carvalho, David Fonseca e Marcelo Rebelo de Sousa e ainda um estudante/escritor de Coimbra, Pedro Rodrigues. Não que interesse muito saber quem lá estava... o curioso é ver que sendo estes oradores de áreas tão dispares, não houve nenhum deles que não referisse a importância de ter "lata"; do quanto ganhamos em simplesmente fazer, bem ou mal, algo; de nos fazermos notar, darmos forma e voz às nossas ideias e convicções; de não ter medo de arriscar e de mostrar aos outros quem somos. Fazer pouco, muito, algo coerente ou simplesmente uma qualquer parvoíce, vale sempre a pena!
"Quando perdes tudo o que há a perder, o que te faz continuar?"/ "Amem o que fazem!" / "Coloquem-se no mapa!" / "A cultura é a arca do tesouro dos povos" / "Vivam!"
 É inspirador ouvir este tipo de coisas e ver que realmente compensa expor a nossa essência. Seremos mal interpretados, criticados, julgados? Provavelmente. E daí? Por falta de uma expressão em português, eis o que eu considero um dos melhores conselhos... GET OUT THERE AND GET SOME S**T DONE!