20/10/15

Pointless nostalgic


A rapariga que colecciona recordações de tudo e compra um postal em cada país que visita, e tem uma caixa de sapatos cheia dessas coisas e que remexe nelas para matar saudades... sou eu.

A rapariga que pede que lhe assinem a t-shirt ou que lhe escrevam uma dedicatória e a lê anos depois... sou eu. 

A rapariga  vê que estão a fazer uma serenata a alguém quando vai à janela e pensa "isto é tão lindo" e se põe a imaginar como seriam as serenatas de antigamente... sou eu.

A rapariga que tem saudades de tudo e que chora nas despedidas... sou eu.

A rapariga que ouve uma música que associa a algo especial ou vê fotos e fica toda melancólica... sou eu,

A pointless nostalgic: that's me!



P.S. E parece que o Jamie Cullum também. Listen here

15/10/15

alma minha


Se me conhecem, sabem que sou a mana grande.
E isso influência tudo o que sou, o que penso, o que digo, e como o faço. Os meus irmãos são parte de mim, e agora parando para pensar em quem seria sem eles, não sei honestamente dizer.

Tenho o orgulho de ter quatro amores pequeninos. Ao pé de mim, tenho o João, que embora sendo eu a 'crescida' tem sido o meu companheiro desde que entrou na minha vida e a Maria Clara, o kinder mais doce do mundo com uma surpresa nova lá dentro a cada instante. E algures, onde quer que eles estejam, porque me recuso a aceitar que nunca os vá poder abraçar, estão os meus anjos Gonçalo e Tomás. Não tirei uma fotografia com eles na primeira vez que os vi. Não os pude ajudar a crescer. Não os pude levar ao primeiro dia escola, nem pintar-lhes um super-herói no rosto na sua festa de aniversário. Não pude sequer dizer-lhes 'olá' antes de ter de lhes dizer 'adeus'. Mas amo-os de todo o coração e farão sempre parte de mim.

Ainda não consigo escrever um texto destes sem me tremerem as mãos, sem o coração apertado e a respiração ofegante. Tenho o teclado molhado. Mas as lágrimas que me caem são culpa desta saudade que não desvanece. Não são de raiva e revolta como em tempos. Vou aprendendo a aceitar que há perguntas que continuarão sem resposta.  Já não pergunto "Porquê a mim?". Nunca abdicaria de ser a irmã deles, mesmo que por vezes doa.

Cada vez que me perguntam se tenho irmãos, hesito em responder. Aprendi que a resposta "sim, um irmão e uma irmã", é a que grande parte das pessoas quer ouvir e a mais fácil de dar, porque dói menos do que lidar com a indiferença de quem não pode - ou pior, não quer - compreender que mesmo não lhes podendo mostrar o vídeo dos primeiros passos de todos eles, serei sempre a irmã do João e da Clara... e do Gonçalo e do Tomás.