Foi o dia da despedida. O dia em que me caiu a ficha e todos
os meus receios me assolaram.
“Car is parked, bags are packed… but what kind
of heart doesn’t look back?”
Logo pela manhã, guardei as últimas coisas na mala e
carregamos o carro rumo ao Porto. Disse até já ao único lugar onde me sinto em
casa.
Á minha espera estava uma mini-festa com decorações e
brownies e tudo, e muitas gargalhadas e carinho. Com a bandeira portuguesa, um
galo de Barcelos, a minha semente e mensagens fofinhas na carteira, disse até
já aos amigos.
Depois foi hora da família. Parecia que cada minuto que
passava era subaproveitado, que eram segundos em vez de minutos, e eu sem saber
como tirar o melhor proveito de cada um deles. Um jantar de família, um belo
arroz de marisco – ai comida portuguesa, que falta me vais fazer – não pareceu
suficiente. O tempo continuava a passar depressa de mais. Não queria ter de dar
aquele beijo de despedida à mãe ou largar o abraço da minha irmã. Quis chorar
com o meu irmão quando os dois percebemos que tinha chegado a hora de partir.
Mas esperei até ele adormecer.
“Será que posso adiar o voo?
O que é que me passou
pela cabeça para me sujeitar de bom grado a ficar longe dos meus, do que é meu,
do que conheço?
Eu já nem sei porque é que quero ir de Erasmus.
Nem sei se quero.
Quero?”
Não cheguei a responder-me. As lágrimas embalaram-me no
sono.
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